domingo, 11 de agosto de 2013

[Castle Fic] Searching for the Meaning of "Us" - Cap.9


Nota da Autora: Estamos chegando ao final, a tensão aumenta... enfim, não me odeiem! Dois capitulos para o fim. Enjoy! 

Cap.9               


Por mais intrigante que a situação pudesse ser, em meio a uma caçada, tudo o que Castle conseguia pensar era no toque de Kate em sua coxa segundos atrás. Aquele toque esquecido por cerca de três meses era suficiente para despertar emoções contraditórias nele. A mão dela apertando o músculo da sua perna automaticamente despertou outra parte do seu corpo que o deixara constrangido. Ao mesmo tempo que gostaria de prolongar a sensação, ele se recriminava pelo comportamento quase adolescente que apresentara. Por sorte, Kate estava focada na estrada e aos seus olhos, o embaraço de Castle passara despercebido.

Se existia algo capaz de fazê-lo perder o juízo mesmo que por poucos segundos era o toque de Kate. Era algo inexplicável. Química pura, era como a 3a lei de Newton ação e reação. Prendeu a respiração e moveu-se no banco do carona para buscar o autocontrole. Definitivamente, esse não era o lugar nem a hora de se deixar dominar pelos seus desejos íntimos.

Ao seu lado, alheia ao que acontecia, Kate mantinha os olhos no carro azul marinho. Ela estava revigorada. Seu nível de atenção e foco voltavam ao patamar original típico da detetive sagaz que sempre fora. A percepção estava aguçada e o clima de impotência que se abatera sobre ela nos dias anteriores era nulo. A explicação aos olhos de Kate era uma só: o retorno de Castle, a presença de um parceiro com o qual podia conversar e trocar teorias, falar de emoções e relacionamentos humanos sem correr o risco de soar sentimental ou de ser rotulada como fizera seu chefe imediato no bureau. Mais do que nunca, ela recuperara a confiança em si e seu instinto a atingira novamente lembrando-a que podia salvar Sasha e nada iria impedi-la.

Ao perceber que Josh virava à esquerda pegando a saída para uma rodovia interestadual, a I-95, Kate resolveu avaliar suas possibilidades. Afinal, para onde esse garoto estava indo? Desviando o olhar da estrada por um instante, ela pediu a Castle.

- Pegue o meu tablet. Entre a nossa localização e veja quais são as nossas possibilidades de destino. Acho que Josh não poderia ir muito longe.

- Certo - inserindo os dados ligeiro, viu a ampulheta realizar a pesquisa - parece que tem poucas opções - ele optou por visualização no mapa - ele pode sair do distrito, pode se dirigir para pequenas cidades dentro da Virgínia. Espere... - ele ampliou um pouco a visão da tela - o que você acha de... Deixa eu fazer uma pesquisa rápida.

Os dedos de Castle dançavam tocando a tela do tablet. Ser nerd e aficionado por tecnologia tem suas vantagens pensou Kate. Enquanto ele trabalhava,ela percebia os trejeitos de alguém buscando ansioso por uma resposta e não pode evitar de sorrir.

- Aha! Como eu desconfiava. Aposto que o destino de Josh será esse aqui. Conheça a propriedade de ferias da família Matthews - ele mostrou a foto da casa enorme.

- Onde fica essa casa?

- Williamsburg, a cerca de três horas pela mesma estrada que estamos dirigindo - ele percebeu que Kate não se convencera - pense bem que lugar mais fácil para manter alguém refém sem levantar qualquer suspeita? Josh é o dono da casa, qualquer empregado o deixaria transitar tranquilamente pela propriedade, isso se houverem empregados, aqui diz que a família costuma vir aqui apenas para as festas de fim de ano e no verão. E antes que me pergunte,o dia de ação de graças não esta incluído nesse pacote.

- Mas será que o pai de Josh não desconfiaria? Ou mesmo um empregado e o informaria que o filho chegara a sua casa com uma garota a tira-colo?

- A julgar pela reação dele com o filho, a resposta e não.

- Só há um jeito de descobrir, mantenha os olhos atentos Castle. E ela mesma focou na estrada.


FBI - HQ


Stack olhava pensativo para a teia de dados emaranhados na tela enorme a sua frente. Procurar Sasha era como procurar uma agulha no palheiro. Cada vez que olhava para as informações menos sabia como resolver esse caso, onde acharia uma pista, qualquer mínima pista para encontrar Sasha. Absorto, ele não percebeu a comoção que tomava conta do salão do bureau.

Antonny estava vermelho, a veia do pescoço pulava tamanho era o nervosismo que sentia. Naquela manhã, ao ver sua mulher em prantos no banheiro, ele decidiu dar um ultimato ao FBI. Fazia cinco dias que sua filha Sasha estava desaparecida. O que fora informado pelos investigadores, de que era um caso de sequestro, começava a não fazer sentido para ele. Já desembolsara dez milhões de dólares e até agora não recebera nenhuma notícia de Sasha, nem sequer um telefonema do bureau ou mesmo da agente Beckett informando o andamento das investigações. Precisava de respostas e estava disposto a tomar medidas mais enérgicas se não recebesse a atenção que julgava merecer.

Ele estava no meio do salão gritando a plenos pulmões com uma dupla de agentes. Jordan era um deles.

- Cinco dias! Quase uma semana e o que vocês me dizem? Nada! Paguei o resgate, cumpri o que me pediram e quero minha filha. Não me venha com esse papinho furado de "estamos fazendo o possível para recuperar sua filha Sr. Wilson" chega! Não sou nenhum amador, sei como os órgãos do governo funcionam. Vocês não tem a mínima ideia do que está acontecendo e nem quem sequestrou minha filha.

- Sr. Wilson, precisa se acalmar. Nós estamos fazendo nosso trabalho, não medimos esforços para achar sua filha. A nossa equipe está... - mas foi interrompido novamente.

- Blá blá blá e só o que você está falando! Não vejo nenhuma ação. Eu quero respostas. Cadê seu superior? Melhor, onde está a Agente Beckett? Quero falar com ela, parece ser a única pessoa de bom senso por aqui.

- Senhor, eu não posso chamar a agente Beckett porque ela não está aqui e...

- Você acha que estou de brincadeira? Quero falar com o seu superior ou será que vou precisar envolver a CIA ou mesmo acionar o presidente? - ameaçou.

Jordan apreensivo saiu com pressa para buscar Stack. Apenas ele conseguiria acalmar os ânimos do senhor e também justificar a ausência de Beckett no caso. Bateu na porta devagar.

- Com licença, senhor. Temos um problema - os gritos de Antonny podiam ser ouvidos agora com a porta aberta - e o Sr. Wilson. Ele está muito nervoso e exige falar com o senhor.  Ameaçou envolver o presidente.

- Sim, Jordan. Imagino que não está nada satisfeito com a nossa performance nesse caso. A filha dele continua desaparecida e sabe lá pode inclusive estar morta - ele levantou-se da poltrona e deixou a sala acompanhado do agente também nervoso. Ao avistar o subsecretário no meio do salão esbravejando, Stack se preparou para uma conversa dura.

- Sr. Wilson, recebi o recado que gostaria de falar comigo. Prefere vir a minha sala? Aceita um café, uma água?

- Deixe de enrolação, Sr. Stack! Conheço bem seu protocolo para tentar ganhar tempo e não vai funcionar comigo. Vamos direto ao ponto. Quem é ou são os suspeitos de sequestrarem minha filha? Quero nomes!

- Sr. Wilson, sei que é difícil mas infelizmente as notícias que temos não são boas. Ainda não identificamos os responsáveis pelo sequestro de Sasha. Todos os nossos esforços estão voltados para acha-la porém as pistas não estão nos ajudando como gostaríamos.

- Como você pode dizer isso com a maior naturalidade? Não se envergonham de responder dessa maneira a um pai desesperado? Cinco dias, agente Stack que tipo de investigadores são vocês? Como podem ser considerados uma agencia de investigação federal renomada? Se não conseguem resolver um caso de sequestro, tenho medo quando se tratar de um crime terrorista ou ameaça biológica. Deus nos ajude!

- Sei que é frustrante estar nessa situação e acredite entendo sua dor e...

- Entende? Você é pai? Perdeu uma filha? - Stack abriu a boca para responder mas optou por fecha-la, não tinha argumentos contra isso. Antonny percebeu - foi o que pensei. Quero falar com a agente Beckett. Ela realmente é a única capaz de entender o que estou passando e ao que parece apenas ela tem um senso aguçado de investigação. Vamos, o que está esperando? Chame-a. Isso é uma ordem, Stack.

- Sr. Wilson não posso fazer isso. A agente Beckett foi afastada deste caso por insubordinação e desacato. Ela não sabe cumprir ordens superiores.

- Não acredito. Além de não ter um suspeito, fica com um time de incompetentes e ainda afasta a sua melhor agente do caso. Por acaso, o senhor sabia que ela tinha suspeitos? Aposto que não. Deve estar interessado apenas em metas e estatísticas em vez de entender o motivo do crime.

- Sr. Wilson não pode chegar aqui e desacatar minha equipe mas irei desconsiderar por estar nervoso...

- Chega! Vou falar com o presidente. Ele dará a ordem para trazer Beckett de volta ou vocês entregarão o caso à CIA.

Stack suspirou. Precisava evitar um estrago maior. Ordenou.

- Agente Jordan, contate a agente Beckett. Diga que sua presença e imprescindível no bureau e não aceito um não como resposta.

- Sim, senhor.


XXXXXXXXX


Parece que as suspeitas de Castle estavam corretas, acabavam de passar pela cidade de Stafford ainda na mesma rodovia. Tudo se encaminhava para que o destino deles fosse a casa da família em Williamsburg. O clima estava frio, quase chegando ao zero. Pelo menos estavam aquecidos e não havia sinal de nevasca. Kate reparou que o carro a alguns metros a sua frente começou a reduzir a velocidade. Logo ela entendeu por que. Havia uma área de descanso dali a quinze metros. Provavelmente, Josh estava precisando parar, o que não era uma má ideia. Eles já dirigiam a quase duas horas.

- Vamos parar em breve. É bom porque poderei abastecer.

- E esticar as pernas além de tirar a água do joelho.

Ela sorriu e diminuiu a marcha fazendo uma pequena curva e entrando na área. Logo enxergou o posto de gasolina e também uma área com lanchonetes e a loja de conveniência. Esperou para ver o que Josh faria. O rapaz parou o carro numa das bombas de gasolina, desceu do carro e preparou-se para abastecer. Ela fez a mesma coisa mas em uma bomba distante de forma a evitar que ele a visse. Josh se encaminha a loja a fim de liberar a bomba. Castle tomou a frente.

- Você fica aqui. Ele te conhece. Vou lá, pago a gasolina e aproveito para ver o que ele anda fazendo. Quer ir ao banheiro? Pode ser a sua chance.

- E se ele sair depressa da loja? Podemos perde-lo.

- Acredite, ele não sairá tão rápido assim. Posso dar um jeito nisso.

- Tudo bem – eles saíram do carro. Kate em direção as lanchonetes onde ficavam os banheiros e Castle se dirigiu ao caminho oposto. Ao passar pelo carro de Josh, ele percebeu algo inusitado. Do gatilho original de abastecer saia uma pequena mangueira plástica que caia em um recipiente plástico de aproximadamente um galão, Castle estimou. Muito estranho, pensou.

Entrou na loja. Seus olhos de imediato procuravam pelo rapaz. Encontrou-o a duas fileiras pegando alguns salgadinhos. Castle caminhou até o fundo da loja sem perder Josh de vista. Pegou dois copos de café e viu quando o suspeito se dirigiu ao balcão para pagar. Ouviu a conversa do rapaz com o balconista, falou que iria encher o tanque. Pediu uma carteira de cigarro e pagou os salgadinhos. Castle apressou o passo e também pagou o café e a gasolina. Viu pelo vidro que Kate já voltara para o carro.

Josh jogou as compras no lado do passageiro e viu que a bomba já fora liberada. Castle seguiu até o carro e acionou o gatilho para liberar o combustível, entregou os cafés a ela. Avisou a Kate que voltaria em questão de minutos. Ele seguiu para a área de lanchonetes após solicitar dois sanduiches para viagem, foi ao banheiro. Ao voltar para o carro, Kate pode sentir o cheiro maravilhoso das fritas e hambúrgueres. Percebeu o quanto estava com fome.

- Ele deve sair a qualquer momento, já colocou a mangueira no lugar – ela bebericou o café – ele comprou algo estranho?

- Não, guloseimas e cigarros. Trouxe um sanduiche para você e nem comece a reclamar. Enquanto tiver comigo vai se alimentar. Não quero vê-la passando mal ou caindo por aí sem forças.

- Não vou discutir. Estou com fome – e puxou o saco das mãos dele tirando algumas batatas e levando-as à boca. Em seguida, pegou o sanduiche e deu uma mordida. Estava bom. Ia dando a segunda mordida quando o seu celular tocou. Castle pegou o aparelho e verificou o numero. Ela reconheceu.

- É o prefixo privado do bureau.

- Por que eles ligariam para você se está suspensa? Será um novo caso?

- Não sei. Estou em dúvida se devo atender, quer dizer, até teria um bom motivo pelo que estamos fazendo agora, seria bom acionar back-ups mas...

- Você lembra que não querem você no caso, não acreditaram nas suas suspeitas. Se quiser meu conselho? Não atenda.

- Tem razão. Ela deixou o celular de lado. Dando outra mordida no sanduiche, ela viu Josh sair do posto. Ligou o carro e o colocou em movimento. O celular voltou a tocar e Castle deixou-o no silencioso. Comiam no caminho. Pelas contas dele, ainda tinham por volta de uma hora e meia de viagem.

Em Washington, as coisas não estavam nada boas. Sem sucesso, Jordan tentou ligar de seu celular pessoal para Beckett. Nada de resposta. Diante do que acontecera no dia anterior, ele não duvidava que ela tivesse voltado para New York jogando tudo pro ar.

- Agente Stack, a agente Beckett não atende o celular.

- Droga! Onde ela se meteu? – não podia se desesperar, fora ele quem a afastara e era sua responsabilidade assumir mesmo tendo que enfrentar seu diretor ou mesmo o presidente – tudo bem, eu me viro. Continue estudando o caso, ache alguma coisa, qualquer coisa! – ao virar-se para encarar o subsecretario, uma ideia lhe ocorreu – Jordan, a agente Beckett levou seu tablet?

- Não sei, senhor posso verificar.

- Faça. Se confirmado, pode rastrea-lo. Assim que souber de sua localização, mande um carro encontra-la. Tentarei ganhar tempo. Mantenha-me informado.

- Claro.

Cinco minutos depois, Jordan voltou a procurar Stack. Encontrou-o na sua sala conversando com o diretor-assistente e o subsecretario. Sentiu que não devia interromper. Por precaução, resolveu rastrear o tablet de Beckett, melhor do que não dar uma resposta adequada já que o equipamento era de propriedade do FBI. Voltou a sala de investigação e acionou o programa de rastreamento. Digitou o número de serie e ordenou a busca. Por volta de dois minutos a localização apareceu na tela de 60 polegadas. O mapa indicava que ela estava em algum lugar da Virginia. O que Beckett fazia indo naquela direção? Será que decidira voltar para New York de carro? Não sabia o que pensar por isso decidiu ficar atento.

Na estrada, Castle aproveita para ler e analisar algumas informações de Kate. Concentrado nas anotações, ele começa a divagar e compartilha seus pensamentos com ela.

- Estava pensando Josh sequestra sua ex-namorada que aparentemente ele amava no passado para conseguir dez milhões de dólares, o que coincidentemente é o valor da companhia que seu pai perdeu na licitação, a empresa de Josh na verdade. Mas se já tem o dinheiro, porque manter Sasha ainda refém?

- Talvez na mente dele, esteja procurando um meio de mostrar ao pai que é capaz. Recuperou o dinheiro perdido e ainda cria uma situação extrema como uma espécie de vingança.

- A questão é Josh precisa urgentemente da aprovação do pai. Está desesperado e pessoas nessas condições fazem coisas inexplicáveis. E se o crime passional não for direcionado a Sasha? Se ela foi apenas um meio para o seu fim? – insinuou Castle.

- O que quer dizer? – perguntou Kate já imaginando a resposta.

- O que quero supor é que Josh poderia matar Sasha, pois na mente dele é uma forma de enfrentar o pai. Essa seria a sua vingança pessoal, mostrar que pode muito mais do que o pai imagina, inclusive matar.

- Eu não sei, Castle. Entendo que Josh praticamente vive em função do pai. Quer que o Sr. Matthews, o todo-poderoso, se orgulhe dele. Mas daí a matar? Não parece combinar com ele – disse Kate.

- Da forma que eu avalio, nem um sequestro combina com ele porém fomos surpreendidos não?

- Tem razão – ela aceitou – isso tudo é muito cruel.

- Concordo. Imagina se todos com problemas com os pais resolvessem sair matando por ai? De uma maneira adversa, Josh tem um propósito e acredita poder mudar sua situação. Não deve ter sido nada fácil para ele crescer sem mãe e rejeitado pelo pai. Nem todos tem sorte de manter uma família feliz. Nós somos exemplos disso.

- Eu tive meus momentos até a morte da minha mãe.

- E depois entrou para a polícia onde fez carreira procurando entender porque as pessoas matam, colocando assassinos atrás das grades e fazendo justiça para inocentes.

- Você mata e resolve crimes em seus livros. Não deixa de ser uma maneira peculiar de ganhar a vida, mesmo assim você não é um assassino – ela retrucou.

- É verdade, porém no nosso caso a ausência dos pais, um deles ao menos, nos fez buscar por justiça, defender os outros. Josh por outro lado está disposto a ir ao extremo.

Kate ficou interessada na conversa. Castle raramente falava da falta do pai, sempre desconversava. Será que ele nunca procurou o pai? Mesmo depois de famoso? Sabia ser um assunto delicado para ele da mesma maneira que era a morte da mãe dela. O teor da conversa que estavam tendo agora poderia significar um ótimo momento para questiona-lo. Tomando coragem, ela respirou fundo e começou.

- Castle e quanto a....

Castle observou o movimento do veiculo a frente – Parece que chegamos ao nosso destino.

Kate percebeu a velocidade do carro diminuir e acabar por parar. Com ela, foi-se a sua oportunidade de arrancar qualquer informação adicional sobre o pai de Castle.

Josh chega a um terreno enorme muito bem gramado. Aos fundos, há uma casa parecida com de caseiros a uma certa distância da casa principal. Ele estaciona o carro e Castle nota um outro carro parado mais adiante na lateral da casa. Com cuidado, Kate mantinha distância tentando avaliar a área como um todo. Vê quando Josh desce do carro, pega as compras que fizera e algo no porta-malas. Com uma chave, abre tranquilamente a porta da frente da casa. Dez minutos se passaram quando mais um rapaz deixa a casa segurando o que parece ser um recipiente plástico com algum líquido. Vai até a lateral e abre o carro que Castle havia visto de relance anteriormente. Parecia uma van. O rapaz volta para a casa apenas com um saco na mão.

- O que será que eles estão tramando? Algo está muito errado Castle. É melhor eu ligar para o FBI, se Josh estiver planejando algo todos corremos perigo e somos apenas nós dois aqui. Posso solicitar uma equipe de back-up.

- E qual a justificativa que você dará para solicitar a equipe. Não tem provas, é tudo circunstancial até esse momento. Você está afastada, o que acha que eles vão pensar ao saber que está investigando sozinha na companhia de um civil. As consequências poderão ser irreversíveis para você, para a sua carreira. Antes de tomarmos uma atitude, devemos ao menos ter certeza se há realmente um perigo iminente.

Ela percebera que ele tinha razão em desencoraja-la a chamar o FBI. Precisavam de evidências claras.

- Tudo bem. O que você sugere, Castle?

- Você fica aqui de tocaia. Eu vou dar uma volta, fazer um reconhecimento da área. Se você detectar qualquer sinal de perigo ou se algum deles deixar a casa, você manda uma mensagem porque ligar será arriscado, o som da mensagem é suficiente para eu ouvir e me esconder ou voltar para o carro.

- Castle eu não posso deixar você se arriscar sozinho sem qualquer proteção lá fora. Você não pode brincar, isso é sério. Não vou permitir, não posso perder você por um deslize ou por uma curiosidade maior.

- Não se trata de curiosidade, precisamos de evidências concretas. Você e eu sabemos disso – apesar de gostar ao ouvir dela que não poderia perde-lo, ele não estava disposto a desistir – somos apenas nós dois. Não seria a primeira vez. Sei me cuidar. E você não pode sair, ele conhece você. Kate use quantos argumentos você quiser, eu vou averiguar o que há lá fora. Vou insistir até o ultimo minuto. Vendo que não teria muita escolha, ela cedeu. Afinal a teimosia era uma característica de Castle que ela raramente conseguia vencer. 

- Tudo bem – suspirou – apenas prometa que terá cuidado e ao menor sinal de perigo, não irá se expor.

- Prometo. Ele abriu a porta do carro e devagar seguiu na direção em que vira o outro carro. A temperatura havia chegado ao zero. Sorte não ter vento, pensou Castle. Continuou caminhando até chegar próximo ao veiculo. Como ele suspeitara, era uma van. Idêntica a van que sequestrara Sasha. Tirou uma foto da placa para checar com o arquivo de Beckett mas ele já podia afirmar que era a mesma placa fria da outra van que ela achara no terreno abandonado na periferia de Washington. Por estar calçando luvas, ele tentou abrir o compartimento traseiro da van. Para sua surpresa, encontrou o recipiente plástico que já vira no posto e certamente era o mesmo que o rapaz trouxera a pouco para aquele lugar. Retirou a tampa. O cheiro de gasolina encheu o ar. Ao lado do plástico, vários panos que fizeram Castle considerar algo maior. Alguém pretendia causar um incêndio. Ao chegar mais perto da casa, ele pode ouvir vozes. Duas distintas para ser exato.

- Qual a diferença de fazer agora ou à noite, Josh? Não temos pressa. Ninguém tem ideia de onde estamos e à noite é melhor para afastar qualquer movimento lá fora.

- Estamos no interior da Virginia, ninguém suspeita de nada, não sabem que estamos com Sasha. Prefiro terminar logo de uma vez e me mandar daqui. Uma hora é tempo suficiente para arrumarem as nossas coisas e incendiar tudo. A polícia só tem Amil e quando eles descobrirem a propriedade incendiada, estaremos bem longe e nenhum vestígio será encontrado. Apenas o corpo de Sasha que será entregue frio e decompondo-se para o pai dela. Será a minha forma de vingança, doce vingança por ter estragado minha futura empresa, meu sucesso. Uma hora.

Castle respirou fundo. Então era isso. Josh estava prestes a mandar tudo pelos ares. Eles precisavam impedir essa loucura. Ele fechou a porta da van com cuidado e voltou depressa para o carro onde Kate estava. Assim que fechou a porta, ela percebeu a mudança no semblante dele.

- O que aconteceu? Descobriu algo?

- Kate, em uma hora essa casa estará em chamas a menos que façamos alguma coisa.


XXXXXXXXXX


De volta ao FBI, Stack joga sua última cartada. Para evitar um escândalo maior, ele revela ao Sr. Wilson que tem um suspeito e o motivo de não revelar antes era porque eles suspeitavam que tinham um terrorista nas mãos. Claro que Stack declarara isso apenas pelo fato do rapaz ser muçulmano e de seus pais já terem lutado em seu país de origem. Não tendo outras cartas na manga, ele pede para trazerem Amil para a sala de interrogatório.

Stack pede apenas que o Sr.Wilson acompanhe o interrogatório pelo vidro. Pede a Jordan para ficar com ele. Amil chega cabisbaixo na sala. Stack sabe que precisa orquestrar algo muito bom ou colocaria em risco toda a credibilidade do bureau. Também tinha consciência que se pressionasse e Amil revelasse qualquer informação, teria que admitir que Beckett estava certa o tempo todo, não que isso fosse um problema afinal sabia do talento investigativo dela. Porém, se isso se confirmasse, Stack teria que correr atrás do prejuízo muito rapidamente ou as consequências seriam desastrosas.

- Muito bem Amil, acredito que sabe porque está aqui. Você está em situação delicada. Pode ser a última chance de revelar o que fez com Sasha. Você sabe que o pai dela é um figurão do governo, pode mexer uns pauzinhos para tornar sua vida um inferno. Se eu estivesse em seu lugar, cooperaria.

Stack que caminhava pela sala enquanto falava, decidiu sentar-se de frente para Amil. Continuou.

- Tudo o que preciso é da localização de Sasha. Você conta pra gente e todos ficam felizes. Que tal? – mas Amil apenas o olhava sem dizer nada – vamos, Amil. Sei que você não quer ser condenado a passar o resto da sua vida na prisão ou até ser morto dentro dela. Precisa encarar que é descendente de libaneses, mulçumanos. Vocês geralmente não fazem muito sucesso por aqui. Fale! – ele gritou.

- Eu não sei nada sobre isso. Não fiz nada. Sou inocente.

- Amil, inocente é uma palavra muito forte. Se houver qualquer envolvimento seu, pagará por isso. Além de sequestro, possível homicídio, posso sugerir ainda entre seus crimes atos terroristas – Stack ameaça e viu pela primeira vez Amil esboçar uma reação, incentivado por isso, continuou – isso mesmo Amil, declaro que o sequestro de Sasha, a filha de alguém do alto escalão fora apenas o início para o seu verdadeiro plano.

- Não sou terrorista. Vivo na América e amo esse país. Não fiz nada que prove qualquer ato dessa natureza.

- Será? Tenho várias conversas suas sobre o assunto, sobre política. Olhe aí – jogou as cópias dos bate-papos na mesa – várias discussões políticas onde você concorda com Josh! Ah, que coincidência! Josh é o ex-namorado de Sasha. 

Enquanto observava do outro lado do vidro, Antonny continuava nervoso. Jordan percebera como Stack agora parecia seguir a mesma linha de investigação de Beckett exceto que no caso dele, queria encurralar Amil ao invés de continuar na pista de Josh.

Curioso com o tablet em suas mãos. Jordan checou a localização de Beckett. Williamsburg? O que será que ela fazia na Virginia? Checando a visualização da rua, ele copiou o endereço para verificar o que havia nas redondezas e que tipo de propriedades. Ela realmente estava parada.

- Estranho...

- O que? – perguntou o Sr.Wilson.

- O agente Stack pediu para eu entrar em contato com a agente Beckett. Não consegui por telefone, então ele mandou checar a localização do tablet dela. Infelizmente, como ele se manteve ocupado não pude informar que estava rastreando a movimentação dela. Como estava descendo, imaginei que Beckett estava voltando para New York mas agora o tablet indica que ela parou. Aparentemente, em uma propriedade de Williamsburg.

- Alguma ideia se ela conhece alguém lá?

- Não que eu saiba. Estou checando se o namorado dela – então ele se calou por um instante com os olhos arregalados e fixos na tela – não pode ser! Ela não fez isso...

- O que foi agente?

- Sr. Wilson, acho que a agente Beckett encontrou sua filha.


Williamsburg


Castle e Beckett trocavam um olhar preocupado. Sabiam que deveriam fazer algo ou em uma hora, Sasha estaria morta e da pior maneira possível. Beckett passou a mão nos cabelos demonstrando sua preocupação com o que estavam prestes a enfrentar. Ela precisava agir com rapidez e segurança. Um passo em falso e a vida dela e de todos ali presentes poderiam acabar em um piscar de olhos.

- Castle você tem certeza que ouviu direito? Em uma hora ele irá incendiar a casa?

- Estou falando para você, Kate. O parceiro dele ainda tentou convencê-lo a fazer isso à noite para não levantar suspeitas mas ele foi irredutível.

- Certo. Precisamos de um plano eficiente. Nossa maior preocupação deve ser Sasha. O problema é que eu não sei em que parte da casa ela está escondida. Vou precisar entrar e procura-la. É arriscado mas não posso ficar aqui e assistir a tudo de braços cruzados. Não tenho medo. Não tenho back-up, apenas você.

- Como em outras ocasiões.

- Castle você não poderá entrar comigo. O risco é grande demais. Não tenho proteção suficiente e se algo acontecesse com você não me perdoaria. Você tem uma filha.

- De jeito nenhum vou deixar você entrar naquela casa em minoria. São dois contra um. Não quero que você se exponha desse jeito.

- Nós já discutimos isso antes, outras vezes. Eu entrarei na casa, você ficará aqui. Como não temos muita tecnologia a nosso favor, nos comunicamos pelo celular. Tenho arma e um colete à prova de balas no porta-malas. Estarei segura. Não se preocupe, Castle. Você sabe que sei me cuidar. Entro lá, rendo Josh e logo em seguida procuro por Sasha. Você será meu back-up, ao mínimo problema aqui fora vou precisar que me ajude.

- Kate, eu não estou duvidando da sua competência. Eu te conheço e sei que você não irá desistir independente do argumento que eu use. Sua teimosia e seu senso de justiça não deixariam. Porém, isso não quer dizer que eu não me preocupo. E se for ferida? E se no momento em que você encontre um deles, Josh se precipite e inicie o incêndio antes do previsto? Tudo é possível, ele não está muito equilibrado.

- Hey – ela tocou a mão dele – são muitos se’s. Já estivemos em situações piores. Vamos salvar Sasha e render Josh e seu cúmplice. Sou capaz disso, mas preciso de você do meu lado.

Ele suspirou ao sentir o toque dela. Kate tinha razão. Ela sabia que era capaz. Ele confiava nela. Mais uma vez seria o parceiro que já esteve ao seu lado tantas vezes.

- Tudo bem, porém com uma condição. Você me entregar sua arma reserva e não adianta negar que eu sei. Você a carrega agarrada ao tornozelo.

- Certo, é melhor assim. Também não quero que você fique exposto ou corra riscos – ela retirou a arma e entregou a ele – tenha cuidado por favor. E somente atire se não houver outro jeito. Não quero que você se envolva em crimes ou tenha que responder inquérito federal.

- Prometo que você não terá problemas com isso. Vou me comportar – ele piscou pra ela.

- Isso é algo difícil mas vou ter que acreditar em você – ela sorriu.

Kate saiu do carro, abriu a mala e vestiu o colete. Voltou ao interior do carro, verificou a arma e prendeu-a no coldre lateral que carregava. Pendurou o celular por dentro do colete e conectou o fone de ouvido que Castle lhe dera. Combinaram que antes de entrar em casa, ela ligaria para ele e Castle conversaria com ela durante toda a ação.

- Prometa uma coisa apenas. Se estiver em apuros, realmente em apuros, você promete me pedir ajuda. Por favor, Kate não tente ser a heroína da história e acabar como mártir.

Ela viu a preocupação presente no olhar de Castle. Aquele pedido era quase uma súplica. Ele tinha razão. Diante das circunstâncias, ela não podia correr risco.

- Tudo bem. Prometo – apertou a mão dele novamente e sorriu – está na hora, parceiro.

- Boa sorte, Kate.

Ela desceu do carro e naquele instante a mudança ocorrera quase que automaticamente. Em questão de segundos, Kate se transformara por completo. A caminho da casa, a postura diferente, ela era a detetive competente que ele tanto admirava. Ela decidiu entrar pelos fundos, principalmente por já saberem que Josh e seu comparsa usavam a porta da frente para acessar a área externa.


FBI


Ao ouvir as palavras de Jordan,Sr. Wilson se desesperou. Instintivamente, bateu no vidro para chamar a atenção de Stack. O agente que ainda pressionava Amil se surpreendeu com a atitude do subsecretário. As batidas se repetiram e Jordan fez sinal para o seu chefe se juntar a eles. No instante que Stack surgiu na antesala, o Sr. Wilson já foi falando.

- Eu sabia que ela não faltaria com sua palavra. Confiei nela desde o início.

- Do que ele está falando Jordan? E por que essa confusão toda, batidas no vidro? Vocês estavam perturbando meu interrogatório. Como esperam que eu obtenha respostas desse jeito?

- Senhor, temos novidades. Identifiquei que o tablet da agente Beckett estava ligado, então comecei a rastrea-lo. De início não encontrei nada suspeito, ela se deslocava em um movimento para o sul. Porém, ao verificar novamente sua posição vi que ela ou o tablet encontrava-se parado próximo a uma propriedade em Williamsburg, Virginia. Senhor, essa propriedade pertence ao Sr. Matthews pai de Josh e milionário do petróleo. Acredito que a agente Beckett continuou sua investigação sozinha e na minha opinião, ao que tudo indica, ela encontrou Sasha.

- Quero uma equipe agora a caminho de Williamsburg – disse Antonny.

- Sr. Wilson não funciona assim. Com todo o respeito, se enviasse uma equipe de helicóptero levaria em torno de duas horas.

- Sinal de que não podemos perder nem mais um minuto.

- Ela não podia ter feito isso sozinha! – exclamou Stack. Prontamente, Antonny retrucou.

- Você deveria agradecer a agente Beckett porque desde o início ela foi a única que avaliou o caso da maneira correta e viu o que de fato era importante. Graças à teimosia dela, a sua insistência, ainda tenho esperanças, caso contrário eu continuaria no escuro e vocês na estaca zero.

Stack ficou vermelho. Não podia dizer nada.

- O que você está esperando agente? Mexa-se. Ah! E tenha em mente apenas uma coisa: se não recuperarem minha filha com vida, a culpa não será da agente Beckett, a culpa será toda e exclusivamente sua.

- Jordan, reúna a equipe – pegando o celular, deu as costas para Antonny e seguiu para agilizar os preparativos.


Williamsburg


Kate caminhou até os fundos da casa observando as condições da redondeza. Havia uma porta lateral e outra na parte detrás da casa. A porta, ela verificou, estava destrancada. Isso era muito bom, escondida ela podia ver uma cozinha. Ela imaginava que Sasha deveria estar trancada em um dos quartos da casa. A dúvida era saber se enfrentaria Josh e seu companheiro antes ou depois de encontra-la. Não ouvia muito barulho naquela parte da casa, talvez fosse melhor ela entrar e esperar quieta na cozinha. Quando ia avisar Castle do que estava prestes a fazer, fora ele quem a chamou.

- Beckett, está me ouvindo?

- Sim, Castle.

- O comparsa deixou a casa nesse instante, acredito que ele está indo pegar a gasolina. Devem mesmo antecipar o incêndio.

- Isso quer dizer que apenas Josh está lá dentro. Melhor eu aproveitar e entrar logo. A porta da cozinha está aberta, preciso localizar Sasha o mais rápido possível e torcer para que o outro permaneça um tempo aí fora.

- Tudo bem, cuidado.

Pensando no que Beckett lhe falou, Castle decidiu fazer algo para ajuda-la a ganhar tempo. Saiu do carro e abriu o capô. Mexendo em um dos fios da bateria, desconectou-a para forjar o problema. Caminhou pelo terreno em direção ao lugar que o cara estava. Bateu palmas para chamar atenção. Fingiu ver o carinha perto da van.

- Com licença – falava alto – alguém em casa? – batia palmas novamente e decidiu se comunicar finalmente – oh, que ótimo o senhor está aí. Boa tarde. Que sorte!

- Boa tarde – o cara respondeu desconfiado.

- Desculpe incomoda-lo mas é que eu estava a caminho da cidade próxima e meu carro parou. Não sei o que possa ter acontecido. Preciso seguir viagem. Será que você não poderia me ajudar? – Castle reparou que ele tinha o galão na mão. Deixou o vasilhame no chão e colocou a mão na cintura.

- Certo, onde está o seu carro?

- Logo ali na entrada da sua propriedade.

Eles começaram a caminhar juntos para a saída do terreno. Já dentro da casa, Beckett avançava pelos cômodos da casa. Atenta, ela procurava por qualquer som para tentar localizar a moça. Ela passou por uma sala de jantar, dois quartos vazios e um banheiro. Também não tinha nenhum sinal de Josh. Então, ela ouviu um pequeno murmúrio quase um choro. Alguém falava com outra pessoa, reconheceu a voz. Era Josh. O choro começou a ficar mais claro e mais próximo. Eles conversavam. Beckett identificou a porta do cômodo de onde vinham as vozes. Esperou na porta, acreditava ser capaz de rende-lo assim que ele deixasse o quarto.

Quando o cara chegou ao carro de Castle abriu o capô e avaliou. Castle havia tirado o fone de ouvido para não dar bandeira. Castle se dirigiu ao lugar do motorista e tentou dar partida no carro sem sucesso. Com certa facilidade, o cara avaliou pelo barulho o que poderia ser.

- Ah, como eu imaginava. Sua bateria está com um fio solto. Isso é fácil de consertar mas preciso de um alicate e uma chave Philips. Creio que tenho na minha caixa de ferramenta na van.

- Ótimo!

Eles já voltavam para perto da van. Castle tentou se distanciar do cara para ter notícias de Beckett. Ao checar o celular percebeu que a ligação tinha caído. Será que ela estava bem? Ele rediscou o número dela. Foram quatro toques antes de conectar. Ele não ouvira a voz dela. Beckett estava concentrada para ouvir a conversa dos dois dentro do quarto mas se não respondesse a Castle, ele podia pensar besteira e se desesperar. Afastou-se um pouco do lugar e sussurrou.

- Castle não posso falar, encontrei Sasha.

- Ok, o comparsa continua fora – respondeu Castle. Viu o rapaz com as ferramentas na mão se aproximar. Seguiram novamente até o carro e Castle tentava puxar uma conversa boba com o cara para tirar qualquer atenção dele da casa. Beckett tinha que render Josh o mais rápido possível. Já não tinha muito tempo para segurar o outro do lado de fora.

Dentro da casa, Beckett esperou pacientemente até que percebeu o cessar da conversa. O choro foi aumentando, “cala a boca” ele gritava. Ao ouvir o clique da porta, Beckett se colocou em posição de alerta. Assim que a porta abriu, ela apontou a arma na direção dele.

- Não se mexa! – ela ordenou com a arma bem próximo ao rosto dele. A porta entreaberta revelou a imagem de um lugar sujo e escuro. Imaginou que Sasha estava amarrada já que não se aproximava da porta entreaberta – Josh, você pensou que ia me enganar não? O seu jogo acabou. Mãos na parede, agora!

- Beckett o cara já pegou a gasolina, está indo de volta para a casa. Cuidado.

A voz de Castle a distraiu e foi nesse instante que Josh levou vantagem puxando um estilete e acertando a perna de Beckett. Ela gritou com o golpe mas não desistiria fácil. Com raiva, ela se desvencilhou dele e chutou-o na perna. Ele pisou em falso mas não chegou a cair. Veio para cima dela e Beckett não pensou duas vezes ao jogar seu corpo contra ele para derruba-lo ao chão. Consegui caindo sobre ele e começou a tentar imobiliza-lo. Josh era mais forte do que aparentava e não tinha pudor nenhum para bater em mulher. Estava desesperado. Beckett se desviou de vários socos,recebeu alguns, distribuiu murros e pontapés. Uma das pancadas de Josh acertou o antebraço dela fazendo-a soltar a arma. Ela se recriminou. Colocando-se de joelhos e esticando-se para pegar sua arma, levou mais um chute de Josh mas soube que ele tentava fazer o mesmo que ela. Os dois correram para pegar o revolver.

Do lado de fora, Castle viu o cara com o galão na mão subindo os degraus rumo a casa. E agora? O que faria? Beckett. Precisava avisa-la. Aproximou o celular do ouvido mas logo percebeu que novamente a ligação caíra. Rediscou, porém dessa vez os toques foram demorados. Ela não estava atendendo e o comparsa de Josh já entrou na casa. Ela corria perigo. Porque ela não atende? O celular de Beckett vibrava a uns três metros dela. Então, o inesperado aconteceu.

Um tiro ecoou no ar. Um tiro.

O olhar de espanto cobriu o rosto de Castle. Um arrepio percorreu seu corpo. Ele congelara por alguns segundos.

Mais um tiro e um grito.  

- Beckett... – a voz um único sussurro e então gritou correndo na direção da casa com a arma em punho – Beckett!!! 


Continua...

4 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Se algum dia eu já li uma fic tão incrível como essa eu não sei, mas que a cada capitulo postado eu fico mais ansiosa pelo próximo ah eu fico. Estou amando Searching For The Meaning Of Us. Parabéns pela incrível sensação que você consegue despertar em mim como leitora, não são todos os escritores que conseguem despertar a paixão pela história que escrevem como você fez.

Unknown disse...

Serio que você parou na melhor parte?????
Poxa Kà,isso não se faz. E você ainda quer ter leitora para os proximos caps.
POR FAVOR KAREN ANN JOBIM,NÃO DEMORE Q POSTAR!!!!!

Unknown disse...

OMGGGGGGGGGG, Becketttttttttt????
Que desespero!!!! Por favor, não demora mt p postar o próx!!! Tô ansiosa p ver esses dois se acertarem logo!! :)